domingo, 13 de novembro de 2011

Sebastião Nery

Rio – Na hora de viajar, ele disse:“Despeço-me esta noite com grande tristeza. Há algo, no entanto, que devo sempre lembrar. Duas pessoas inventaram o New Deal: o presidente do Brasil e o presidente dos Estados Unidos”.Era 27 de novembro de 1936, e quem falava era o presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, despedindo-se do presidente do Brasil, Getúlio Vargas. Roosevelt fez a histórica constatação, agora conhecida, 75 anos depois, graças à tese de doutorado de Flávio Limoncic, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, relembrada pelo brilhante professor e ex-deputado do Paraná (MDB, PMDB e PSDB), Helio Duque:1. “O New Deal foi o programa de recuperação da economia norte-americana, implementado entre 1933 e 1941 para combater a crise de 1929, lastreado no investimento estatal em obras públicas, objetivo controle de preços e responsável pela alavancagem modernizadora do capitalismo nos Estados Unidos, que levaria, no pós-Guerra, a ser a principal economia mundial. E responsável pelos quatro mandatos seguidos de Roosevelt”.ROOSEVELT 2. “A homenagem do norte-americano ao brasileiro não foi mera cortesia. Era o reconhecimento da política econômica de Getúlio, no bojo da Revolução de 30. A queima de milhões de sacas de café, investindo recursos na garantia do preço do produto, foi responsável por original política anticíclica”.3. “E levou o Brasil a ser pioneiro na superação da gigantesca depressão em que o mundo mergulhara. Eleito no início da década de 30, Roosevelt adotou com êxito os fundamentos da anticrise, lá como cá, da teoria do economista inglês John Maynard Keynes (o discurso de Roosevelt na íntegra está na biblioteca Franklin Roosevelt, em Nova York)”.KEYNES 4. “Só em 1936, o keynesianismo teria sua obra básica, Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicada para o público especializado. E se tornaria o manual da intervenção macroeconômica para as crises na economia. Transformou-se em livro clássico, espraiando-se como pensamento inovador no enfrentamento do liberalismo econômico sem limites, ao demonstrar que as economias mergulham na utopia”.5. “Ao longo do tempo, a teoria keynesiana tem presença em toda a economia mundial, para enfrentar os efeitos nocivos dos ciclos econômicos quando se exaurem em crises. A irracionalidade gerada pelos agentes econômicos, destacadamente o sistema financeiro, provoca momentos como a crise do “sub-prime” de 2008, ou esta mundial de agora.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/acervo.php?c=191145

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