A
Eficiência Marginal do Capital e o Investimento.
Já no pensamento clássico era de um modo diferenciado, e obsoleto, com o
termo de produtividade marginal do capital (PMC), eles eram crentes que a
rentabilidade era um valor fixo. Conhecida como lei de Say, (1986). Nessa
escola eles declaravam que o único limite para acumulação de capital a
investir, é a disponibilidade de recursos. E achavam que a taxa de juros não
influenciava na decisão de investir.
O pensamento neoclássico se deparou diante de uma realidade bastante
distinta. A atuação das instituições financeiras como intermediadoras entre
poupadores e investidores já era evidente. Nesta perspectiva teórica, a taxa de
juros era compreendida como o preço do capital, regulado da mesma forma como
qualquer outro preço, pela dinâmica de mercado, que passou a assumir o papel de
regulador entre poupança global e investimento global. Essa interpretação
estabelece um contexto que permite que a lei de Say continue sendo teoricamente
consistente, sob a alegação de que, embora o poupador e o investidor não sejam
os mesmos, macroeconomicamente o equilíbrio entre poupança e investimento
continuaria existindo, em função da influência dos mecanismos de mercado,
especialmente da taxa de juros.
Na teoria Keynesiana, o investimento é visto como criador e não derivado
da poupança. A taxa de juros tem seu significado diferente, quando avaliado sua
importância na decisão de investir ou não investir: de reguladora passa a ser
vista como um parâmetro monetário (custo de oportunidade).
A eficiência marginal do capital (EMC) representa uma expectativa de
rendimentos, verificada no conhecimento, observação, análise, à decisão de
investir, incorporando, assim, os riscos e incertezas que, na prática, este
tipo de decisão envolve.
Sendo assim, decisões de investimentos são dirigidas pelas expectativas
de rendimentos, não pelos rendimentos efetivos, mesmo que os rendimentos
esperados sejam influenciados pelos rendimentos efetivos. Todavia qualquer
investimento está sujeito a previsões errôneas e previsões de sucesso. Neste
sentido, em um ambiente sujeito a elevadas incertezas, menores seriam as
chances de retorno garantido e maiores é a tendência de aumentar as taxas de
descontos (juros) exigidas pelos investidores.
Enfatizando que a EMC é um valor esperado e não um valor conhecido, ou
seja, a EMC sendo um valor esperado significa que se tem
a possibilidade ou não de que essa expectativa se confirme.
Desse modo, Keynes defendia que a EMC depende primordialmente do
comportamento da demanda efetiva, que é o fator decisivo na determinação da
viabilidade de um investimento produtivo. Como a EMC é determinada por um
elemento essencialmente dinâmico (a demanda efetiva) e essa sofre influência do
próprio investimento, tem-se uma interdependência entre essas duas variáveis,
que são igualmente dinâmicas e incertas.
A EMC está relacionada com a margem de rendimentos sobre o custo, ou
rentabilidade de um bem de capital, e é definida pela renda esperada e pelo
preço corrente de oferta do bem de capital. Keynes (1982:115) definiu que:
"a relação entre renda esperada de um bem de capital e seu preço de oferta
ou custo de reposição, isto é, a relação entre renda esperada de uma unidade
adicional daquele tipo de capital e seu custo de produção, dá-nos a EMC deste
tipo".
Simplificando: EMC representa o retorno esperado por uma unidade
adicional de capital investido. O preço de oferta ou o custo de reposição do
capital é obtido ao descontar-se a EMC dos rendimentos esperados. A EMC, nessas
condições pode ser considerada a taxa de rentabilidade que um projeto
proporciona depois de deduzidas das receitas previstas os devidos prêmios para
compensar os riscos e incertezas.
Portanto, tem-se que na teoria keynesiana os investimentos são
determinados por uma análise comparativa entre a taxa de juros de curto prazo (r)
e a eficiência marginal do capital (EMC), sendo a primeira variável um fenômeno
monetário que funciona como referência à expectativa de retorno do projeto,
expresso na forma de sua EMC e constituindo o fator determinante. Portanto, o
estudo de viabilidade econômica de projetos, consiste, basicamente, na
identificação da taxa de desconto na qual os valores dos custos e benefícios de
um investimento são igualados.
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